Jovens têm propósito e vontade de mudar o mundo. Saiba como capacitá-los para a inovação
06.11.2018|Por Fabiano Candido, de Brasília *
Igor Gomes da Silva e Camila Carvalho, professores de negócios e empreendedorismo da Universidade Católica de Brasília (Foto: Divulgação)
Quer um país inovador? Capacite e estimule os jovens para empreender. Segundo especialistas no tema, esse é o caminho mais fácil para criar um ecossistema de negócios de alto impacto.
A afirmação foi feita durante um evento especial da Semana Global do Empreendedorismo sobre educação empreendedora, realizado nessa terça-feira (6/11), na sede do Sebrae Nacional, em Brasília.
Mas qual é o caminho para capacitá-los? Segundo Heloisa Menezes, diretora técnica do Sebrae, é estimular o pensamento crítico no estudante, além, é claro, oferecer uma educação forte na base, principalmente na parte de tecnologia. “Países que querem crescer têm que oferecer a capacitação tecnológica desde cedo”, diz.
Confira, a seguir, as dicas dadas pelos especialistas:
Leve a tecnologia para a sala de aula
Estudantes têm o desejo de construir um país melhor. Fantasiam a construção de um mundo mais justo. Por que não? Segundo Francesco Farruggia, presidente do Instituto Campus Party, é preciso dar ferramentas aos alunos. Por exemplo, levar para a sala de aula tecnologias que permitam o ensino de programação. “Quando aprendem a desenvolver, estudantes criam soluções fantásticas para o mundo”, diz.
Estimule os professores
Crie na escola ou universidade um processo multidisciplinar, para que os professores possam falar de negócios dentro de suas respectivas áreas, diz Camila Carvalho, professora de administração e logística da Universidade Católica de Brasília. “Mostre ao professor que o empreendedorismo, mesmo em áreas específicas, como saúde e relações internacionais, o empreendedorismo tem espaço. Os estudantes e mesmo os docentes podem criar soluções, por exemplo, para ajudar a sociedade”, diz.
Crie incentivo no ecossistema acadêmico
Existe duas maneiras de estimular o empreendedorismo entre os estudantes. O primeiro é com aulas sobre o tema. Nela, ele precisa trabalhar em grupo, ter uma ideia de negócio e simular a criação da empresa – desde o desenvolvimento do produto, passando por gestão do negócio e ir até a formalização do negócio. O segundo é o estimulo. A instituição também deve dar ferramentas, como projetos de aceleração de negócios. “Precisa ainda oferecer suporte, como consultoria, para os alunos que desejam seguir em frente com suas ideias”, diz Igor Gomes da Silva, professor de empreendedorismo da Universidade Católica de Brasília.
Promova o questionamento
Boas ideias nascem do questionamento crítico do status quo, diz Alessandra Alkmim, diretora de inovação da ABRH-MG. “O professor precisa fazer perguntas para estimular os alunos”, diz. “Por exemplo: ‘Será que tal processo de negócio poderia ser melhor?’, ‘O que você faria para melhorar tal coisa no mundo?’”. A ideia é tirar os alunos da zona de conforto para que eles pensem em soluções. “A resposta virá”, diz Alessandra.
Conecte o aluno com o ecossistema
A sala de aula não tem todas as respostas. O professor precisa conectar o estudante com o ecossistema empreendedor para ele conhecer as entidades e projetos de apoio que possam desenvolvê-lo. “O aluno não vai ter todo o conhecimento para tirar uma ideia do papel. Ele precisa construir relações para fora da escola ou universidade. Ter contato com o mundo vai ajudá-lo a ter uma melhor dimensão do mundo dos negócios e como ele, de fato, funciona”, diz Geraldo Campos, professor e chefe do iLAB, laboratório de inovação e empreendedorismo da Unisul.